quinta-feira, 14 de junho de 2012

José Eduardo dos Santos vence resistência a Manuel Vicente


Por Venâncio Rodrigues e Redacção VOA | Luanda
José Eduardo dos Santos e Manuel Vicente encabeçam a lista de deputados do MPLA às eleições gerais de 31 de Agosto.
Um comunicado da reunião do Comité Central do partido no poder, realizada quarta-feira em Luanda, revela que a escolha de Eduardo dos Santos foi aprovada por unanimidade e aclamação, mas não faz qualquer referência à margem de apoio, ou oposição, a Manuel Vicente.
Este facto é interpretado como sinal de resistência interna, espelhada, ainda, na posição que cabe ao histórico Roberto de Almeida, na lista de candidatos às eleições de 31 de Agosto.
O MPLA não divulgou da lista de candidatos completa, mas a agência LUSA, citando fontes partidárias, noticia que Roberto de Almeida, vice-presidente do MPLA e antigo presidente do parlamento, é o 3º na lista.
O vice-presidente da República, Fernando Piedade Dias dos Santos "Nandó", surge em 14º lugar, num revês para uma figura que, de acordo com analistas em Luanda, aspirava a ser o 2º nome na lista, mantendo o lugar de vice-presidente e posicionando-se para a sucessão, no caso de José Eduardo dos Santos decidir afastar-se.
Paulo Kassoma, presidente do parlamento, ex-primeiro-ministro e ex-governador do Huambo vê confirmada a sua queda e o seu afastamento do topo da elite do MPLA, ao aparecer em 41º lugar na lista.
Nos termos da Constituição de 2010 o Presidente e vice-presidente deixam de ser eleitos directamente, ocupando essas funções os candidatos no primeiro e segundo lugar da lista do partido ou coligação mais votado no círculo nacional.
À re-eleição de José Eduardo dos Santos corresponderá a escolha de Manuel Vicente, como vice-presidente. A imposição de Vicente ao partido foi uma luta mais difícil do que Eduardo dos Santos adivinhava. No ano passado, o líder angolano dissera que a questão das listas seria resolvida em Janeiro.
Vicente saiu da administração da Sonangol para a poderosa pasta da Coordenação Económica no Governo, como sinal de que o presidente tencionava promovê-lo. Eduardo dos Santos prevavaleceu, mas o 3º posto para Roberto de Almeida e a ausência de um qualificativo para a natureza do apoio a Vicente denotam que esta foi uma vitória aos pontos e não por KO.

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