quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Decapitado cidadão francês raptado na Argélia




Hervé Gourdel, turista e guia de alta montanha, foi raptado no domingo na Argélia. Tinha 55 anos.


O movimento argelino Jund al-Khilafa, ligado ao Estado Islâmico (EI), divulgou esta quarta-feira de tarde um vídeo intitulado "Mensagem de sangue para o Governo francês", em cujas imagens é exibida a decapitação de Hervé Gourdel. A notícia é avançada pela agência France Press. 
O Presidente francês já se pronunciou. " Hervé Gourdel foi assassinado cobardemente ", afirmou Hollande. 
O vídeo no qual os jihadistas reivindicam a decapitação de Hervé Gourdel, de 55 anos, ainda não foi autentificado pelas autoridades. O francês, turista e guia de alta montanha, tinha sido raptado no domingo na Argélia.
No dia seguinte, os radicais islâmicos lançaram um ultimato à França, exigindo o fim dos ataques da aviação francesa no Iraque contra o Estado Islâmico. Se a ordem não fosse acatada por Paris em 24 horas, o refém pagaria com a vida.
O Presidente François Hollande recusou o ultimato na terça-feira e adiantou que os ataques franceses contra as posições do EI no Iraque continuariam. O mesmo disse esta tarde o primeiro-ministro, Manuel Valls, na Assembleia Nacional, onde salientou que o vídeo ainda não estava autenticado.

Paixão pela fotografia e viagens
Hervé Gourdel, de 55 anos, dissera ele próprio quem era num primeiro vídeo divulgado pelos terroristas na segunda-feira, 22 de setembro. Aí surgia sentado entre dois homens armados e com a cara encoberta. Na mensagem, o movimento exigia o fim "nas próximas 24 horas" dos ataques aéreos franceses contra o Estado Islâmico no Iraque.

Natural de Nice, no sul da França, onde nasceu em 1959, Gourdel era um guia profissional de alta montanha e tinha como paixão ainda a fotografia e as viagens. Encontrava-se em Cabilia, na Argélia, na zona de Tizi Ouzou, quando foi raptado no domingo. Tinha chegado à região na véspera, segundo informou a sua mãe, de 82 anos. Pretendia praticar montanhismo nesta região, onde estiveram muito ativos, nos anos 1990, movimentos radicais islâmicos argelinos.
Na sua página no Facebook, descreve viagens ao Nepal e à Jordânia. Hervé Gourdel era casado e tinha um filho.

Quarta decapitação
A decapitação hoje levada a cabo pelos argelinos do movimento Jund al-Khilafa sucede a outros três casos idênticos consumados por militantes do Estado Islâmico. As vítimas anteriores foram dois jornalistas norte-americanos, James Foley e Steven Soltoff, a que se seguiu dias mais tarde um cidadão britânico, David Haines, trabalhador humanitário que fora sequestrado no ano passado.
Em todas estas mortes, as autoridades acreditam estar envolvido Jihadi John, um cidadão britânico com sotaque londrino.
O Estado Islâmico mantém na sua posse um outro refém britânico, Alen Hanning, apresentado pelos extremistas como a próxima vítima.

Imagem: Cartazes onde se pede a libertação e regresso de Hervé Gourdel são exibidos por manifestantes em Saint-Martin-Vesubie, sudeste da França /  JEAN CHRISTOPHE MAGNENET/AFP/Getty Images

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