sexta-feira, 17 de abril de 2015

Lobito, banco millennium na bancarrota






Lobito - Caros amigos
Antes de mais quero agradecer ao Club K pela divulgação da carta aberta de reclamação dirigida à gerência do banco Millennium Angola, no Lobito, redigida por mim, Maria Odete Ribeiro Martins Patrocínio, a 7 de Abril de 2015.

Fonte: Club-k.net

Na referida carta expunha-se o comportamento daquele banco que limita os direitos dos cidadãos de usufruírem dos seus valores em divisa depositados nas suas contas.
Foram diversas vezes que me coloquei num papel de sujeição e de agradecimento, deveras cansativo e humilhante com a argumentação: "não temos divisas".
No entanto, em todas essas vezes se tem conseguido alguma forma de entendimento e se tem feito o levantamento. Infelizmente a 1 de Abril de 2015, a argumentação da decisão bancária foi simplesmente arrogante. Apenas conseguiam dizer que tinham ordens superiores sem nem sequer conseguirem esclarecer de quem. Muito sinceramente tentaram apenas impingir as famosas "decisões superiores".
Perante tanta insistência dos funcionários a impedirem o levantamento de 300 Euros da minha conta e a imporem o levantamento em Kwanzas, decidi avançar o problema a todas as instâncias com o sentido de se repor a legalidade.
A 6 de Abril (5 dias depois) voltou-se a contactar o banco sem no entanto aperceber de qualquer boa vontade do mesmo querer resolver a situação. Felizmente, em resposta à nossa indignação, o funcionário aconselhou a fazer uma carta de reclamação.
Inspirada por essa ideia e cansada de ver o meu dinheiro a ser gerido de forma como se fosse o banco o seu proprietário e eu uma miserável pedinte, elaborei a 7 de Abril de 2015 uma carta aberta de reclamação dirigida à gerência do banco Millennium do Lobito. O Club K decidiu, nessa mesma data, sobre a sua divulgação ao qual desde já agradeço.
A 8 de Abril de 2015, de manhã, recebemos uma chamada do banco para que para lá nos dirigíssemos. Sobre este assunto podem visualizar em https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10203967780742111&set=a.3152613101502.2127659.1450386533&type=1&theater e em https://www.flickr.com/photos/quintasdedebate/sets/72157651396792067/
Na realidade tentaram voltar a impôr o levantamento em Kwanzas e a abertura de uma conta em Kwanzas para que todas as transferências fossem imediatamente convertidas em Kwanzas. Um verdadeiro crime comercial que em vez da protecção do seu cliente tenta arranjar mecanismos que resulta na exploração do mesmo.
Não tendo aceitado nenhuma dessas escravizadoras propostas, lá então disseram num formato "caridoso" que iriam permitir o levantamento dos tão solicitados 300 Euros mas, logo de pronto nos "avisaram" que não teria a certeza de voltar a ter a mesma sorte em situações futuras.
É com espanto que vejo, e que também partilhamos nas redes sociais, que a 9 de Abril, o banco Millennium, achando-se no direito de ofendido pela publicação da minha carta pelo Club K e de assim querer se defender, venha através do vosso portal, deslavar-se desta sujeira, afirmando que o assunto da cidadã Maria Patrocínio já estava resolvido "de acordo com as pretensões da reclamante e encontra-se completamente sanado".
Assume assim o banco Millennium, a nunca mais me impedir de fazer o levantamento de dinheiro em Euros da minha conta, já que essa é a minha pretensão exposta na minha carta de reclamações.
Fico feliz por saber que sou cliente de um banco tão prestigiado e elogiado pelo "exemplo da qualidade de serviço e da solidez do Banco". No entanto, sou testemunha de ter sido alvo de uma "má qualidade de serviço" e fico a questionar sobre a solidez do banco que ele próprio argumenta não ter as divisas depositadas pelos clientes.
Nesta conformidade, para além da reclamação que avancei de forma educada e cidadã junto do governador do BNA, fica-me agora a percepção da necessidade de esclarecer sobre os danos causados, neste caso, pelo referido banco:
1 - Os prejuízos morais e de dignidade que de forma consciente me impôs com a negação do meu direito de usufruto da minha propriedade que neste caso é o meu dinheiro que confiei à guarda desse banco, na base de um contrato e mediante pagamento de taxas e que lhe permiti dele usufruir em seu benefício sem nunca o questionar. O banco humilhou-me impedindo-me de exercer o direito de ser a digna proprietária do meu dinheiro obrigando-me a ser uma sua serviçal para acatar as suas decisões;
2 - Os danos materiais que me impôs ao obrigar-me a ter gastos vários em ocasiões não intencionalmente decididas por mim para ter que me deslocar ao banco que implicam gastos de tempo, transporte, etc;
3 - Os prejuízos psicológicos e emocionais já que a imposição por parte do banco Millennium deste conflito injusto levou-me a desgaste emocional, como aos que me rodeiam e mesmo a pessoas estranhas que se sentiram obrigadas a se envolver nas redes de solidariedade
4 - Por último, e nem mais e nem menos importante, os prejuízos financeiros já que o impedimento de levantar o meu dinheiro de 1 a 8 de Abril obrigou-me a recorrer a empréstimos de outrem para a minha subsistência como ao obrigatório incumprimento dos meus compromissos com terceiros.
Apenas por isso, considerando injusto e incomplecto o Esclarecimento prestado pelo banco Millennium através de consultores da JLM&A, nomeadamente Francisco Botelho, concluo:
1 - Que deve do banco Millennium assumir um verdadeiro pedido de desculpas formal que se argumenta nos prejuízos causados com a sua medida, conforme acima referenciados;
2 - Ao mesmo tempo, que o banco Millennium se comprometa em nunca mais assumir tais procedimentos quer em relação à minha pessoa como aos demais clientes
Não havendo disponibilidade por parte do banco Millennium Angola assumir realmente o erro e os danos causados, ou venha o mesmo a repetir tais procedimentos, deixa-me a obrigação de continuar a lutar pela defesa do meu bom nome, dignidade e dos meus direitos à propriedade e de consumidor, acessando às mais diferentes instituições, incluindo à Euronex,e à revista The Banker
Assim sendo, voltamos a endereçar os votos de continuação de bom trabalho
Cordialmente
Maria Odete Martins Ribeiro Patrocínio

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